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ARTIGO: Amigos, pero no mucho!

De umas semanas para cá o mundo vem vivendo o que um professor de Relações Internacionais falou na primeira semana de aula: “turma, os países não tem amigos, têm interesses!”

Muitas vezes vivemos iludidos que países são próximo devido amizade entre seus líderes ou por causa da ideologia que permeia àquela gestão.

Temos dois claros exemplos do que falo e bem antagônicos.

Desde que o presidente Bolsonaro foi eleito, ele vem buscando uma maior e real aproximação com o líder norte americano, Donald Trump, além de países como Israel. Tudo devido às ideologias próximas entre ambos.

Do outro lado nossa vizinha Venezuela e sua estreita relação com a Rússia e China, além de países menores porém estratégicos.

E o que temos em comum nessas relações? Que independentemente de ideologia, e amizades “pessoais”, tudo não passa de interesses.

Recentemente o Consórcio Nordeste comprou vários respiradores, para ajudar na luta ao COVID-19 e ficaram detidos nos Estados Unidos, escala anterior para chegar no Brasil.

No caso venezuelano o interesse que paira por ali já é algo da geoestratégia dos países aliados. É de conhecimento as tensas relações russas x norte-americanas. Com a chegada de Hugo Chavez, em 1999, a Rússia encontrou um novo aliado para enfrentar os Estados Unidos. Nesses mais de 20 anos de comunismo venezuelano, quantos milhões de dólares a Venezuela já não pagou aos russos, em troca de inteligência, força bélica etc? Mais de 3,7 bilhões de dólares. E com a China, igualmente, ter uma ponte direta na América Latina, região alvo de enormes investimentos, na última década principalmente.

Estamos num momento fundamental para as diplomacias governamentais entrarem em ação. São eles que nos representam mundo afora e no pós-COVID19 será fundamental que tenhamos o máximo de mercado aberto para que possamos escoar todos nossos produtos. Assim aproveito para parabenizar nossos diplomatas, que são considerados entre os melhores do mundo, pelo Dia do Diplomata, celebrado esta semana, e espero que nosso futuro Chanceler não seja escolhido por ter escrito um artigo.

 

Artigo escrito para o Instituto Millenium e publicado em 20 de abril de 2020.

 

Dia do Diplomata

ARTIGO: A importância de aprovar a reforma da Previdência

Desde o começo da atual legislatura, no último mês fevereiro, o Congresso Nacional se vê às pressas em aprovar a grande, e importante, reforma da Previdência. Com uma Comissão Especial formada por 98 deputados, começaram os intensos debates, contra e a favor.

Desde o começo das discussões, o Presidente Rodrigo Maia, vinha dizendo que na Câmara dos Deputados a PEC 6/2019 seria aprovada ainda no primeiro semestre, o que quase ocorreu, pois faltou o segundo turno, que ficou para agosto.

Durante todos esses meses, deputados favoráveis à reforma exclamavam que poucos grupos defensores da pauta os buscavam para demonstrar apoio, enquanto grupos que lutavam contra a reforma buscavam demonstrar rejeição, desde à chegada no aeroporto de Brasília, passando pelos gabinetes, até à intimidação nos corredores do Congresso.

Estamos agora caminhando para o segundo turno da votação na Câmara dos Deputados e existe muita tensão em como será essa votação. Será que os 379 votos do primeiro turno serão mantidos?

Temos de aprovar essa reforma com o mínimo possível de emendas, estamos em um cenário que a economia do país necessita desse reforço, caso contrário, daqui a poucos anos não haverá mais orçamento público suficiente para investimentos.

A população brasileira sempre reclamou das altas aposentadorias públicas e, a partir de agora, com a nova Previdência isso pode acabar e todo aposentado pelo INSS terá um teto de R$5.800,00 e um piso do salário mínimo vigente, ao contrário do que a esquerda adora dizer, que muitas pessoas não ganhariam sequer um salário mínimo.

Muitos jovens ficam com medo de ter que trabalhar mais, para se aposentar com salário integral, mas não se recordam que cada vez viveremos mais. Não é possível que o Estado sustente uma população a partir dos 55/60 anos até quase 90 anos de idade, sem qualquer reforma neste sistema.

Por fim, o grande problema da reforma hoje é a falta da inclusão dos estados e municípios, visto que alguns destes entes federativos já não conseguem bancar sua própria folha de pagamentos.

Em maio conversei com diversos prefeitos, do Brasil inteiro, e apenas um, do interior de Rondônia, se disse contra a inclusão: a razão? Ele afirmou que sua Previdência era recente e, por não ter mais de 20 aposentados não via necessidade. Quando perguntei como seria o futuro, ele ficou sem saber o que responder.

É assim que ficaremos lá na frente, sem saber como salvar o Brasil e, é por isso, que precisamos de políticas estadistas, com visão de futuro, para aprovarmos o quanto antes a reforma da Previdência.

Pedro Rafael – 2 de agosto de 2019

Artigo publicado no Instituto Millenium e pela Associação Comercial do Rio de Janeiro